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segunda-feira, 21 de maio de 2012

QUANDO ACHAR QUE O FÍSICO NÃO PODE MAIS, AINDA TEM 40% DE FORÇA NA MENTE!


"Quando pensei que não conseguiria seguir, me forcei a continuar. Meu sucesso é baseado em persistência, não em sorte. - Estee Lauder (via @aldonovak)"

Esta mensagem acima fez-me entrar no "túnel do tempo" e chegar na primeira caminhada que fiz no Exército. Servi no 2º Batalhão de Guardas, em São Paulo.. Esta primeira caminhada, segundo os Tenentes diziam, seria de 4 km. Foi em Caçapava, próximo da capital de São Paulo.

Entre morros, subíamos, e descíamos. Subir e descer morros é fácil. Um pouco "menos fácil" é estar com um capacete de aço que pesa 1kg, um cantil com 1 lt, o FAL (Fuzil Automático Leve) que pesava mais uns 5 kg, curtuno, mais 1kg e mais o peso do corpo. Calma! Ainda não acabou! 

Ao subir o morro, tinham pedrinhas, as quais faziam deslizarmos para trás, caso não fincasse o pé, senão escorregava. Debaixo do sol da manhã, que a cada passo, cada subida, fazia o corpo ficar mais pesado, quanto mais a hora se aproximava do meio dia, e aquilo tudo levando e o peso do corpo, ia ficando cada vez mais pesado.

Eram 50 minutos andando e 10 parados. No primeiro intervalo! Depois 55 andando e 5 parados. E a cada subida vinha o incentivo dos Sargentos e Tenentes. "Vamos, no final do morro, lá em cima, os caminhões estão aguardando-nos"! Chegávamos lá e... os caminhos não estavam! :-( Tinha que descer tudo de novo e subir outro morro e torcer para eles estarem lá!

Quando já estava para "aloprar" (termo usado no ambiente militar que caracteriza ficar "doido", "perder a cabeça"), pois não aguentava mais, ia me jogar de frente e cair de cara. Não é força de expressão! Isso é o que diziam para fazer. Era "incentivo" para continuar, pois se desmaiasse, além de ser acordado, tinha que fazer abdominais e continuar.  Mas logo passou esta "vontade" quando vi um soldado fazer exatamente o que pensei! Caiu de frente.

Não deu nem tempo para eu ficar surpreso com o acontecido e logo saí para ajudá-lo. Nisso um Cabo me ordenou "Vamos, pegue o braço dele, coloque em volta de seu pescoço, coloque a outra na cintura dele, põe a arma no outro braço, junto com a sua e vamos levá-lo até o caminhão-ambulância".

Depois que fiz isso, voltei para a fila indiana e continuei ainda por um bom tempo andando!

Chegando lá no quartel fui elogiado pela atitude, mas fui até o Tenente e perguntei "como o Sr.explica eu estar quase não aguentando mais eu dar mais um passo, carregar tudo aquilo, ia me jogar no chão de tão estressado que estava, e logo em seguida carregar o FAL do colega, ajudar a carregar o soldado, continuar subindo o morro, e voltar com energia para continuar?.

Ele, Tenente Domingues, disse algo que nunca mais esqueci "Quando você pensar que seu físico não tem mais forças, que não pode mais, ainda terá 40% de FORÇA DE VONTADE na mente! Ou seja, voce não sabe realmente qual é o seu limite. Voce pensa que sabe!"

Ah! A caminhada não foi de 4, mas de 6 km! Perguntado porque disseram menos, responderam que era para ultrapassarmos nossas barreiras, primeiramente, as mentais do "Ah.. eu não consigo tudo!"

O vídeo abaixo mostra um dos alicerces de minha vida.  

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